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terça-feira, 8 de julho de 2008

A Psicologia e o Câncer:

O câncer pode ser visto tanto como um estressor ambiental quanto psicofísico. Ele não é um simples estimulo de curta duração, mas uma rede complexa de condições que se alteram – dependendo da histologia do tumor, estágios clínicos e anatômicos no momento do diagnóstico, idade e sexo do paciente e natureza do tratamento. (Carvalho, 2002).



Paciente e o Câncer:

Ao receber o diagnóstico de câncer e no decorrer de seu tratamento o paciente se depara em sua maioria com três problemáticas:


· Problemática Intrapsíquica – Ansiedade, raiva, medo, depressão, revolta, insegurança, perdas, desespero, mudanças de humor e desesperança.

· Problemática Social – Isolamento, estigma, mudanças de papéis, perda de controle, perda autonomia.

· Problemática Relacionada ao diagnóstico – Processo da doença, mutilação, tratamentos, dor, efeitos colaterais.



O Cuidador Primário:


Toda a fa­mília é afetada pela doença, mas o cuidado do pa­ciente recai, especialmente, sobre um único membro dela – é eleito o cuidador primário geralmente uma mulher assume esse papel.
As novas responsabilidades assumidas têm que ser dividi­das com as funções profissionais, familiares, sociais e conju­gais, tornando os cuidadores sobrecarregados.

Reações dos cuidadores e familiares: sofrimento; desgaste; sensação de impotência; sensação de abandono; desejo de morte; distúrbios familiares e isolamento, todas com repercussões negativas na qualidade de suas vidas.

Apoio Psicológico: Facilitador para o Desenvolvimento de Estratégias de Coping em Pacientes com Diagnóstico de câncer.

Apoio envolve comportamentos do terapeuta tais como aprovação, confirmação e reforçamento. O compromisso com a promoção de mudanças comportamentais é o denominador comum das diversas práticas em psicoterapia. O terapeuta nesse relacionamento assume diversos papéis, entre os quais, o de reforçador, o de modelo e de “pedagógico”.

Coping é definido como um conjunto de esforços, cognitivos e comportamentais utilizados pelos indivíduos com o objetivo de lidar com demandas específicas, internas ou externas, que surgem em situações de stress e são avaliadas como sobrecarregando ou excedendo seus recursos pessoais. As estratégias de coping são ações deliberadas que podem ser aprendidas, usadas e descartadas. Prepararando o paciente para “readaptá-lo a nova vida depois do diagnóstico, afim de que crie uma nova expectativa de vida, que se enquadre a nova realidade”.

Estratégias de Enfrentamento:


· A busca da informação – refere-se ao conjunto de informações relevantes a resoluções de problemas e/ou regulação de emoção;

· Ação direta – definida como um conjunto de atitudes de comportamentos assumidos pelos sujeitos buscando resolver o problema propriamente dito;

· Inibição de ação – corresponde à contenção de ações e atitudes impulsivas ou consideradas perigosa para o sujeito;

· Esforços intrapsíquicos – refere-se a esforços que permitem a mulher negar, esquivar-se do problema ou intelectualiza-lo, tendo por objetivo central a regulação de emoções diante a ameaça decorrente aquele;

· Voltar-se para os outros – refere-se à utilização de apoio social (recursos fornecidos por outras pessoas) e reconhecimento da importância deste, para lidar com o problema.

Nenhuma das estratégias de enfrentamento é necessariamente mais eficaz que a outra para manejar o estresse, cada uma parece ter suas vantagens e desvantagens, dependendo da situação e do momento em que é utilizada.

As habilidades de enfrentamento podem ser ensinadas por meio de psicoterapia individual ou grupal em que a representação do câncer, os valores pessoais, os significados dos papéis sociais e as possibilidades de recursos internos e externos são examinados e reavaliados.
A família também precisa ser alvo de intervenção no sentido de receber apoio psicológico para lidar com o contexto estressante gerado pelo diagnóstico de câncer e seus tratamentos, como também ser orientada para lidar com a pessoa doente de modo a ajuda-la a maximizar seus recursos de enfrentamento.

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